23 junho 2006

João Galrão na Galeria Graça Brandão (espaço 552) Porto

Abstract

You are now in my dreams
é o título da segunda exposição individual de João Galrão no espaço 552 da Galeria Graça Brandão no Porto. Vários elementos permitem estabelecer quer uma relação de continuidade, quer uma diferenciação entre os objectos/escultura/pintura apresentados na exposição de 2003, nesta mesma galeria, e esta.

Destaco quatro:
1) O monocromatismo
2) A revelação das estruturas construtivas
3) Uma maior amplitude da noção de tensão
4) A dimensão discursiva das formas

Referências:
After Hours, João Galrão. Vila Nova de Cerveira: Galeria Projecto, 2005.
SILVA, Paulo Cunha e - A pele das Formas. João Galrão. Porto: Galeria Graça Brandão, 2003, p. 2.
NAZARÉ, Leonor – João Galrão. Roteiro da Colecção da Fundação Calouste Gulbenkian [http://www.camjap.gulbenkian.org]

Este texto foi publicado na integra na revista on-line ArteCapital http://www.artecapital.net/criticas.php?critica=38

e a Exposição João Galrão, You are now in my dreams esteve patente na Galeria Graça Brandão - Porto na Rua Miguel Bombarda, 552 até 31 Julho de 2006.
http://www.galeriagracabrandao.com


As fotografias foram cedidas pelo artista






























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05 junho 2006

João Vieira, ABÊCÊ, Pavilhão Centro de Portugal até 16 Julho 2006

Abstract

«Abandonemos por um momento a preocupação de identificar,
de reconhecer, para que a forma que também está em nós se descubra»
João Vieira, 1979

Dando continuidade ao protocolo que a Fundação de Serralves estabeleceu com a Câmara Municipal de Coimbra, inaugurou no dia 20 de Maio no Pavilhão Centro de Portugal a exposição ABÊCÊ de João Vieira.
(...)
Exemplo deste processo permanente de construção formal e técnica é o projecto M.A.R. – 3 letras (7 elementos). Pensado em 1970 como uma intervenção pública, não teve até hoje concretização na dimensão em que foi projectado. Foi, no entanto, apresentado em Serralves em 2002 e agora reencenado no exterior do P.C.P. numa escala inferior à inicial. Foram criadas três bóias em poliuretano fibrado, pintadas com tinta de automóvel (no projecto inicial mediam cerca de dez metros) que configuram as três letras que ludicamente ordenadas constituem a palavra “mar”. As enormes letras foram lançadas como dados num tanque especialmente concebido para o efeito. A este projecto não são estranhas as referências à história marítima das viagens míticas dos descobrimentos portugueses e à relação íntima que esta aventura engendrou com a epopeia literária nacional.
(...)
No interior do Pavilhão dois espaços distintos caracterizam a exposição. No primeiro piso, em duas salas diversas, dois vídeos. O primeiro é uma compilação de três acções-espectáculo: Expansões (1971), Incorpóreo I (1972) e Mamografia (1981).
(...)
Nas obras mais recentes, João Vieira alia as suas pesquisas anteriores – onde as letras e a pintura enquanto signo e significante se assumem como o centro do intenso experimentalismo que sempre caracterizou a sua produção – às tradições populares[1].
(...)
ABÊCÊ (2006), instalação e performance especialmente concebida para este espaço, e que ocupa todo o piso térreo do Pavilhão, insere-se precisamente no universo etnográfico das tradições populares infantis. A instalação é composta por uma gigantesca e labiríntica estrutura de madeira onde foram afixadas – depois de recortadas sobre papel – todas as letras do alfabeto. Ao centro, abre-se uma clareira onde foi colocado um poço com celulose. A simbologia da floresta e do ciclo de vida do papel associam-se à própria nomenclatura do projecto – ABÊCÊ - muitas vezes associado não só à aprendizagem da cartilha mas também à noção abreviada de biografia. No dia da inauguração, esta instalação serviu de cenografia a uma performance onde o próprio artista assumiu a direcção de uma cartilha de jogos (da macaca, o salto do elástico, o saltar à corda, da apanhada, a cabra cega, etc.), cantigas de roda e lengalengas infantis executados por um corpo de jovens bailarinas que ludicamente seguiam as orientações do mestre e da sua batuta.

[2] Exemplo destas pesquisas são os Caretos de Trás-os-Montes.

O texto integral pode ser consultado na revista on-line ARTECAPITAL para a qual foi escrito http://www.artecapital.net/criticas.php?critica=31


As fotografias são da autoria de Ana Luísa Barão































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