22 março 2006

Dora Moura - Narrativas

CV
Dora Moura nasceu em 1982. Vive e trabalha na Maia. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e na École National Supérieur de Beaux-Arts em Paris. Expõe regularmente desde meados de 2000. Participou em diversas exposições colectivas com destaque para “Projet ArtSkoolgozSouth” (Galerie Artecore, Paris, 2006); “Mnémonique” (Galerie Crous, Paris, 2005) e “BlueScreen” (Galeria do Palácio, Porto, 2005).

Sinopse
«O projecto que aqui apresento tem como base o conceito de Memória – que tem acompanhado os meus últimos trabalhos. Aqui, já não se trata de uma memória que o tempo regista sobre o espaço mas, antes, da que ele regista sobre um outro tipo de paisagem, a da mulher. Neste trabalho, onde a memória se metamorfoseia em narrativa, pretendi “tecer” uma imagem intemporal – mas muito pessoal – de mulher. Para isso utilizei diversos e diferentes registos de e sobre mulheres (desde livros sobre a revolução feminina, sobre a maternidade, sobre a sua sensibilidade até notícias de jornais, revistas pornográficas e contos eróticos). Aquilo que pretendo não é, de todo, generalizar o conceito (tão extenso) de mulher mas, antes pelo contrário, mostrar uma forma (entre tantas outras) de se abordar este tema sem ser parcial e preconceituosa, misturando vários aspectos da Mulher; a beleza, a inteligência, a maternidade, a sensualidade, o carisma, a sexualidade, a independência…etc. Deste modo, o projecto que aqui apresento, formado por dois conjuntos de sobreposições de telas (de diferentes dimensões), faz alusão a uma enorme renda cujas linhas tecidas fazem referência a vários aspectos do mundo feminino. Aquilo que pretendo é criar um efeito ilusório onde esta teia de informações se transforma em renda – quando estamos distantes dela – e – quando nos aproximamos – se re-transforma em trama de informações, de letras, de registos, de cores, de corpos, de texturas… fazendo com que aquilo que é geral – a mulher – se torne particular a cada passo dado na sua direcção.»















































S/ Título, 2006
Técnica mista sobre tela
Dimensões variáveis


Carla Cruz - Narrativas

CV
Carla Cruz nasceu em 1977. Vive e trabalha no Porto. Estudou Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2001). Fez o Mestrado em Belas Artes pelo Piet Zwart Institute, Willem de Kooning, Roterdão, Países Baixos (2003). É membro do colectivo Ateliers Mentol. Das suas exposições destacam-se A Carla Cruz é uma Mad Woman (Mad woman in the attic, Porto, 2006); Iam an artist! What can I do for you? (City Scapes, ARCO-Madrid, 2006); All My Independent Women, instalação (Galeria SMS, Guimarães 2005); BLOOD 4 OIL, estórias do petróleo (Salão Olímpico, Porto, 2004) e Performance Ser artista em Portugal é um acto de fé, (Ponte D. Luís, Porto, 2003).





















Could you do for me with your hands?
Diaporama

Sinopse
«"Could you do for me with your hands...?" É uma pesquisa visual acerca da representação feminina, para o qual foi feito um inquérito nas ruas de Roterdão, ao qual varias pessoas responderam fazendo através dum gesto, uma representação da vagina. Estes gestos foram depois desenhados, impressos sobre papel autocolante e colocados em casas-de-banho (e apenas em casa de banho) públicas em várias cidades europeias ao longo de 2 anos. Ao faze-lo eles voltaram a ser públicos e ao mesmo tempo experienciados duma forma intima.»

Ana Guedes - Narrativas

CV
Ana Guedes nasceu em 1981. Vive e trabalha no Porto. Estudou Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2004). Frequenta o Mestrado em Artes Visuais - Intermedia na Universidade de Évora. Das suas exposições destaca-se “BlueScreen” (Galeria do Palácio, Porto, 2005).




















































Sinopse «O meu coração partiu-se de desilusão. Tento remendá-lo. Volta repetidamente a partir-se. Volto repetidamente a remendá-lo. Alguns corações são dados a remendar, na esperança sempre renovada de que talvez, desta vez, ele não se volte a partir. Num processo partilhado, que pretende voltar a juntar os pedaços e minorar as sucessivas investidas de todo o tipo de desilusões. Uma colecção em permanente complexificação, reflexo inequívoco de um processo indissociavelmente ontológico. A colecção mora no meu armário, o meu refúgio privado, um lugar ao processo compulsivo de remendo.»




































My broken heart collection, 2005-2006
Instalação
130x165x110 cm

18 março 2006

Susana Pires - Narrativas

CV
Susana Pires nasceu em 1980. Vive e trabalha entre Montemor-o-Novo e Lisboa. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Participou em várias exposições: Anteciparte 2005 (Estufa-Fria, Lisboa, 2005); XIII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira; VIII Bienal de Artes Plásticas da Cidade do Montijo; Festival Transforme Zone, (Alverca); Finalistas de Pintura da F.B.A.U.L., (Galeria da Mitra, Lisboa, 2005); Mostra Nacional de Jovens Criadores ’03 (Silves, 2004); Exposição Colectiva “ Utopia 9” – Tapeçaria Contemporânea. (Sala da Nora, Castelo Branco, 2003)

















Sobre-Pele-Rosa, 2006
160x85x65 cm
Técnica mista (arame, esponja, malha polar, poliamida, croché e madeira)


Sinopse
«Esta peça surge na sequência de um conjunto de trabalhos aos quais chamei “abraçatórios”. Na tentativa de reconhecer no meu trabalho uma abordagem feminina, e não feminista, encontro o facto de ser mulher e de todo o meu trabalho se debruçar sobre o campo afectivo. No meu trabalho pretendo revelar o corpo como um local de sensações, a partir desta ideia crio formas/invólucros que são um convite permanente ao espectador para que este lhes dê vida. Para a concepção desta peça parti de duas ideias paralelas: a do feminino como lugar de aconchego e carência e o “peso” de vestir o papel de ser mulher. Assim, nesta peça, a zona superior é feita a partir de um quase novelo de sugestão de braços, onde uma série de formas se sobrepõem envolvendo o corpo ou a ausência deste. Protector, maternal, é sujeito afectivo, o local de encontro, o colo, o abraço, o aconchego. Deste local/forma pende outra sequência de formas (verticais), uma espécie de manto pluriforme feito a partir de redes de croché e tecidos elásticos com esferas de peso que acentuam o efeito da gravidade. Sobre-Pele-Rosa é um colete, um manto de pesos (de ser mãe, de ser filha, o peso de uma mulher que se auto-constrói e procura a sua identidade). Vestir o papel de ser mulher é vestir o peso de um corpo socialmente sexualizado. Cromaticamente, escolhi o vermelho e o roxo que entendo como cores femininas por excelência.»














Raquel Gomes - Narrativas

CV
Raquel Gomes nasceu em Aveiro em 1977. Vive e trabalha em Aveiro. Licenciou-se em Belas Artes – Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Expõe regularmente desde 2001, destacando-se, entre outras: “Intimidades e Outras Ausências” (Individual – Galeria Minimal, Porto, 2003); “Áurea Rotina” (Individual, Galeria Minimal, Porto, Porto, 2005); Feira de Arte Contemporânea de Lisboa (2003; 2004; 2005); “Opções e Futuros” – aquisições recentes da Fundação PLMJ (Lisboa, 2006).

Sinopse
«“... fazer sobressair as características dos materiais, fazer respirar o suporte, dar vida simultaneamente ao pictórico e ao material em si, conservar a natureza do mesmo e expressar o gosto graças a ele.” Gao XingjianTestemunhos do tempo, do espaço e do corpo, os pequenos objectos do quotidiano que fazem a história dos dias e dos momentos insinuam uma intimidade revelada; através da ausência, o corpo está presente como marca vivencial de uma particular memória. A história das coisas enquanto história pessoal transcende a própria forma, cor ou função, conferindo-lhe a perenidade de uma essência única.»





































Pequenas Coisas, 2006
Instalação com 18 desenhos
Tinta-da-china e fio de algodão sobre tecido
21x27 cm (cada)