18 março 2006

Susana Pires - Narrativas

CV
Susana Pires nasceu em 1980. Vive e trabalha entre Montemor-o-Novo e Lisboa. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Participou em várias exposições: Anteciparte 2005 (Estufa-Fria, Lisboa, 2005); XIII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira; VIII Bienal de Artes Plásticas da Cidade do Montijo; Festival Transforme Zone, (Alverca); Finalistas de Pintura da F.B.A.U.L., (Galeria da Mitra, Lisboa, 2005); Mostra Nacional de Jovens Criadores ’03 (Silves, 2004); Exposição Colectiva “ Utopia 9” – Tapeçaria Contemporânea. (Sala da Nora, Castelo Branco, 2003)

















Sobre-Pele-Rosa, 2006
160x85x65 cm
Técnica mista (arame, esponja, malha polar, poliamida, croché e madeira)


Sinopse
«Esta peça surge na sequência de um conjunto de trabalhos aos quais chamei “abraçatórios”. Na tentativa de reconhecer no meu trabalho uma abordagem feminina, e não feminista, encontro o facto de ser mulher e de todo o meu trabalho se debruçar sobre o campo afectivo. No meu trabalho pretendo revelar o corpo como um local de sensações, a partir desta ideia crio formas/invólucros que são um convite permanente ao espectador para que este lhes dê vida. Para a concepção desta peça parti de duas ideias paralelas: a do feminino como lugar de aconchego e carência e o “peso” de vestir o papel de ser mulher. Assim, nesta peça, a zona superior é feita a partir de um quase novelo de sugestão de braços, onde uma série de formas se sobrepõem envolvendo o corpo ou a ausência deste. Protector, maternal, é sujeito afectivo, o local de encontro, o colo, o abraço, o aconchego. Deste local/forma pende outra sequência de formas (verticais), uma espécie de manto pluriforme feito a partir de redes de croché e tecidos elásticos com esferas de peso que acentuam o efeito da gravidade. Sobre-Pele-Rosa é um colete, um manto de pesos (de ser mãe, de ser filha, o peso de uma mulher que se auto-constrói e procura a sua identidade). Vestir o papel de ser mulher é vestir o peso de um corpo socialmente sexualizado. Cromaticamente, escolhi o vermelho e o roxo que entendo como cores femininas por excelência.»